Diante
da dúvida em relação ao tema deste meu primeiro texto para o nosso blog e, ao
pensar sobre a sociedade adoentada em que vivemos, resolvi discorrer a respeito
do que por toda vida tive como indubitável: a necessidade de nos respeitarmos e
as nossas diferenças. Religião, cultura, padrão social, determinismo biológico,
ideais de perfeição e beleza, estão entre as principais causas ou “desculpas” para
a disseminação do machismo, preconceito, discriminação, feminicídio e todos os
tipos de violência, especialmente contra negros, mulheres e a população LGBT.
Podemos
confirmar o alastramento e arraigamento dessas negatividades na sociedade
brasileira através, por exemplo, de algumas notícias recentes: “Em 11 dias, 11
mulheres são assassinadas no RN”; “Michel Temer elimina ministério que defende
negros, mulheres e LGBTs”; “Mãe diz que filha sofreu racismo em escola do Rio:
‘cabelo de pobre’”; “Andressa Urach está na UTI após tentar retirar hidrogel”;
“Travesti é encontrado morto com pelo menos 30 facadas em Caucaia”; “Brasil
amarga o preço da intolerância e lidera ranking de violência contra
homossexuais”; (...) “Segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública de
Alagoas, houve 898 homicídios nos últimos 6 meses na região metropolitana de
Maceió. Deste número, apenas duas vítimas eram brancas, as outras 896 eram
negras”.
Estes
tipos de matérias evidenciam o quanto a sociedade está enferma. Algumas
políticas públicas foram criadas na tentativa de amenizar os sintomas da nossa
patologia civil, porém, ainda são poucos os feitos e efeitos. Ações se iniciam,
mas não tem continuidade. O capitalismo propicia a inversão de valores, o “ter”
em detrimento do “ser”, em certas situações, neutralizando estigmas, já que,
quando se tem poder aquisitivo, negro vira branco e desvalido se torna vultoso,
por exemplo.
A
escola que deveria possibilitar e instigar, entre outras competências, a
aceitação da diversidade, ao contrário, se tornou um ambiente recheado de
preconceitos e discriminações - sem falar na padronização e religiosidade de seus
processos. Por falar nesta última, muitos a tem usado para fazer julgamentos e
espalhar intolerância atrelando religião a Deus. Deixo claro o meu respeito por
pessoas que nEle não acreditam. Mas, como aqui imagino ter liberdade para
explanar o que penso, tenho convicção de que o comportamento de muitos
religiosos não agrada a Deus, pois não refletem importantes princípios cristãos
como o amor e o não julgamento.
Anteriormente,
citei a imprescindibilidade do respeito mútuo, sobretudo diante das diversidades
alheias. No entanto, sei que o problema está profundamente enraizado entre nós.
As adversidades que têm nos deixado profunda e negativamente marcados vêm se
propagando no decorrer dos séculos, e, embora haja tentativas crescentes de
solução, através de movimentos sociais, políticas públicas (ainda que
insuficientes), estudos, discussões, existe um longo e árduo caminho a se
percorrer em busca da igualdade de direitos para negros, mulheres e LGBTs,
entre outros. Repito, nossa sociedade está combalida e é uma “enfermidade” difícil
de ser sanada.
Após
dois anos e alguns meses tendo o privilégio de ser uma estudante universitária
e conhecer um pouco mais sobre as temáticas sobre as quais me refiro, através dos diálogos
com teóricos, depoimentos e participações de professores e de alguns colegas
nesse tempo, corroboro meu sentimento de indispensabilidade em relação a duas
coisas sem as quais, imagino, a luta pela equidade estará perdida: respeito e
amor ao próximo. Ademais, concluo meu pensamento com uma questão: Por que
incomoda tanto a diferença do outro se em nada ela me prejudica?
Deixo,
também, um trecho bíblico:
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não
trata com leviandade, não se ensoberbece.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas
o maior destes é o amor.
- I Coríntios 13 - Bíblia Online
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